| Outubro Rosa: prevenção é o melhor remédio

14/10/2020

Outubro Rosa: prevenção é o melhor remédio

Os meses de outubro, desde início da década de 1990, têm sido marcados pela mobilização internacional em prol da conscientização e prevenção do câncer de mama, campanha conhecida como Outubro Rosa. As atividades propostas anualmente visam reascender a preocupação da sociedade sobre o tema, apoiar a informação e o acesso das pacientes aos métodos de rastreio e tratamento do câncer de mama.

O câncer de mama é o tumor maligno de maior prevalência na população feminina mundial e, no nosso país, corresponde também ao maior responsável por mortes relacionadas ao câncer em mulheres brasileiras. Apesar da alta mortalidade relacionada aos casos avançados, o prognóstico para estágios iniciais é excelente, com taxas de sobrevida (proporção de pacientes vivas em 05 anos do diagnóstico) de 99% para doença localizada, estágio em que a maioria das pacientes são diagnosticadas. Mesmo em estágios avançados, onde câncer se espalhou para uma parte distante do corpo, a taxa de sobrevivência de 5 anos é de 27%, ou seja, mais de ¼ destas pacientes em tratamento vivas em 05 anos.

 As incidências no câncer de mama apresentaram aumento significativo nas últimas décadas, associadas à mudança do comportamento e do papel feminino na sociedade. Não há uma causa única para ocorrência do câncer de mama. Existem fatores de risco não modificáveis como idade, sexo, idade da primeira e da última menstruação, histórico familiar e genética; mas a ocorrência do câncer de mama também se relaciona com estilo de vida, presença de obesidade, uso de anticoncepcional, baixa taxa de natalidade e pouco tempo lactação, cada vez mais comuns. Por exemplo, estima-se que cada 12 meses de aleitamento, as chances de aparecimento de um tumor mamário diminuem em 4,3%.

Além da adoção de práticas saudáveis como forma de reduzir o risco de desenvolver câncer de mama, recomenda-se a realização do autoexame e do exame mamográfico anual para pacientes acima de 40 anos, como forma de reduzir a mortalidade relacionada ao câncer, com diagnósticos em fases iniciais da doença. Para mulheres com histórico familiar de câncer de mama, recomenda-se início precoce de rastreio, 10 anos antes da idade de diagnóstico da familiar mais jovem. Existem ainda situações especiais onde seu médico pode indicar outro método especifico para a situação (ressonância de mama em pacientes com mutações germinativas de BRCA 1 e 2, ultrassonografia em mama densas, dentre outras).

São substanciais os avanços no tratamento do câncer de mama nos últimos anos. O conhecimento de particularidades da genética e biologia tumoral permitem a seleção de tratamentos cada vez mais específicos e direcionados. Com auxílio de testes de “assinatura genética tumoral” podemos poupar de tratamentos sistêmicos agressivos pacientes com perfil tumoral de baixo risco, assim como intensificar tratamento em pacientes mais suscetíveis, além de identificar fatores que permitem a seleção do tipo de tratamento que traga maior benefício.

Também estamos alcançando a passos largos melhoras em tempo e qualidade de vida de pacientes com doença avançada, com medicações direcionadas a alvos tumorais, inibição de resistência tumoral e imunoterapia (ativação do sistema de defesa do organismo em combate ao câncer). E a pesquisa ativa e constante na área nos reserva melhorias continuas.

Sigamos firmes nesta nobre causa, na batalha pelo acesso das mulheres à informação, aos métodos de triagem, a assistência médica adequada e a disponibilização de tecnologias e medicamentos a todas pacientes do sistema público e privado. Porque cuidar de você é nossa especialidade.

- Dra. Vanessa da Silva Rigo

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